segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Derrames cavitários

É o acúmulo de líquido nas cavidades.

Os liquídos se encontram divididos em 2 compartimentos

Extracelular : Plasma, liquído tissular, liquído transcelular
Intracelular : Fluxo constante.

Lei dos capilares ( Para manutenção do equilíbrio)

1) Pressão hidrostática capilar : -17mmHg (PHC)


2) Pressão das proteínas teciduais : -5mmHg (PPT)
   

3) Pressão Hidrotática tecidual:  - 6 mmHg (PHT)

4) Pressão oncótica das proteínas plasmáticas: 28mmHg (POPP)  

Obs: O sistema linfático também ajuda nesse processo de equilíbrio.

O somatório das forças é igua a ZERO.

Porque então ocorre o acúmulo de liquídos em cavidades????

1) Diminuição da pressão oncótica

Causas: Má nutrição, lesão hepática, perda de proteínas por parasitismo, IRC e Sidrome de má absorção.

2) Aumento da pressão hisdrotática

Causas: ICC, inflamação ou obstrução de vasos por neoplasias, compressão de vasos, hipertensão portal, aumento da resistência pulmonar e doença intestinal em equinos.

3) Aumento da permeabilidade capilar

Causas: Inflamação, Reações alérgicas, toxinas, venenos e queimaduras.

4)Obstrução Linfática

Causas: Linfanfite, linfadenoma, neoplasias, compressão, extirpação cirúrgica da cadeia linfática.

Colheita

Indicações:
Diagnóstico
Prognóstico
Terapêutico

Contra-indicações
Coagulopatias
Hepatoesplenomegalia

Acondicionamento

Um tubo com e outro sem EDTA
Envio deve ser imediato.

Técnicas de colheita

Paracentese abdominal

Material
Agulhas e seringas

Técnica
Tricotomia e antissepsia
Linha média( 2,5 -5 cm da cartilagem xifóide

Toracocentese

Material

Agulhas, seringas, válvula de três vias.

Técnica

Decúbito esternal ou estação

7 e 8 EIC em pequenos animais

8 e 9 EIC em grandes animais

Exame laboratorial

Exame físico

Volume:  Variável

Cor: Incolor, avermelhado, amarelo

Aspecto: Límpido ou turvo dependendo da celularidade

Densidade : < 1017

Coagulação: Negativa

Exame químico

pH: levemente alcalino
Ptns: refratometria (baixa concentração)
Glicose: similar ao sangue
Sangue oculto: negativo

Outros exames:

Uréia e creatinina
Triglicerídeos e colesterol
Bilirrubina

Exame Citológico:

É divido em duas partes

Contagem de células na câmara de neubauer:
Contagem de hemácias
Contagem de células nucleadas

Avaliação diferencial das células

Observa morfologia celular
Presença de bactérias
Diferencia acidente de punção

Classificação dos líquidos

Transudato
Formado pela diminuição da pressão oncótica
  • Límpido
  • Incolor
  • Densidade <1017
  • pH alcalino
  • Baixa celularidade CTCN <1500
  • Baixa Concentração de proteínas < 2,5 g/dL
  • Exame citológico: Presença de células mesoteliais,poucos neutrófilos e linfócitos, raros macrófagos e hemácias.

Exsudatos

Formado exclusivamente na inflamação onde há liberação de substâncias vaso ativas que aumentam a permeabilidade vascular e quimiotáticos que aumentam o número de células.

Podem ser : Sépticos ou assépticos.

  • Turvo
  • Rosa, âmbar, avermelhado
  • Concentração de ptns >3,0 g/dL
  • Densidade > 1020
  • pH ácido
  • CTCN > 7.000
  • Exame citológico com predomínio de neutrófilos, macrófagos e células mesoteliais reativas, bactérias podem estar presentes.
Transudato modificado

Formado pelo aumento da pressão hidrostática capilar e /ou obstrução do sistema linfático

  • Discreto a moderadamente turvo
  • Cor variável
  • Concentração de ptns entre 2,5 a 7,0 g/dL
  • CTCN 1000-7000
  • pH alcalino a ácido
  • Densidade entre 1017 e 1025
  • Exame citológico com predomínio de linfócitos, monócitos, células mesoteliais e hemácias.

Fluidos especiais 

Efusão quilosa

Extravassamento de linfa

  • Branco rosada
  • Concentração de Ptn 2,0-6,5 g/dL
  • CTCN 1000-17000
  • Concentração de triglicerídeos maior no líquido que no soro
  • Concentração de colesterol menor no líquido que no soro
  • Exame citológico predomínio de linfócitos, neutrófilos e macrofágos.

Efusão Pseudo quilosa

  • Branco leitosa.
  • Alta celularidade.
  • Concentração de triglicerídeos menor no líquido que no soro.
  • Concentração de colesterol maior no líquido que no soro.
  • Exame citológico predomínio de linfócitos, macrofágos e células mesoteliais.

Uroperitônio

Ruptura de bexiga, ureter ou rins.

  • Dosar creatinina e uréia tem que ser maior no líquido que no soro
  • Causa irritação

Peritonite biliar

Ruptura da vesícula ou ducto biliar

  • Alta concentração de proteínas
  • CTCN alta ou moderada
  • Concentração de bilirrubina maior no líquido que no soro.
Efusão hemorrágica x acidente de punção

 Após centrifugar
Permanece avermelhado x Sobrenadante claro, botão de hemácias
Eritro ou leucofagocitose
Sem plaquetas x presença de plaquetas
Não coagula x Coagula
Presença de hemossiderina



 Peritonite infecciosa felina

  • Alta concentração de proteínas
  • Viscoso
  • Incolor
  • CTCN baixa
  • Exame citológico com presença de neutrófilos degenerados, macrofágos, plasmócitos, células mesoteliais e linfócitos.(aguda)
  • Exame citológico com neutrófilos e outras células(crônica)

OBS: Além das caractéricas do líquido observar sempre a causa da  sua formação para poder classificá-lo de maneira correta.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Dosagens Bioquímicas

Os exames bioquímicos fornecem a concentração de enzimas, substratos ou eletrólitos no sangue do animal, informando ao clínico a situação de órgãos ou sistemas específicos.

É recomendável que o animal se encontre em jejum de 12 horas evitando-se a lipemia do soro e alterações durante as dosagens. Materiais hemolisados e ictéricos também pode acarretar em alterações que não condizem com o verdadeiro quadro do animal.

Podem ser utilizados dois métodos de dosagens bioquímicas o cinético e o colorimétrico.

Para dosagem de eletrólitos utiliza-se a fotometria de chama.

Reação Colorimétrica.


Método de análise quantitativa que se baseia na comparação da cor produzida por
uma reação química com uma cor padrão. De acordo com a intensidade da cor
produzida, infere-se a concentração do determinado analito (substância que se
quer analisar). O método mais seguro de se verificar a coloração de uma reação é
através do uso do espectrofotômetro, que compara a intensidade de cor com uma
cor padrão, chamada de “branco” (solução padrão em que o espectrofotômetro é
zerado). É o método mais usado em análises laboratoriais de bioquímica clínica.

Testes mais comuns: Úreia, Colesterol, Triglicerídeos, fósforo, Cálcio, Glicose, Proteína, Albumina.

Reação Cinética

Geralmente utilizado em reações em que o analito é uma enzima. A atividade da
enzima é analisada por meio da reação dela com um composto químico
denominado substrato. Essa reação gera um produto. Em geral, a reação é
acoplada a uma reação colorimétrica: à medida que a conversão enzimática se
processa e o produto é gerado, há mudança de cor que deve ser observada em
espectrofotômetro. Leituras sucessivas em intervalos de tempos iguais devem ser
feitas. Aos valores obtidos na leitura espectrofotométrica deve-se aplicar fatores
de correção que variam de acordo com o exame a ser realizado.

Teste mais comuns: ALT, AST, GGT, FA, Creatinina.



Aparelho semi automático 
Aparelho automático

terça-feira, 9 de novembro de 2010

URINÁLISE - Sedimentoscopia

É a análise do sedimento urinário
O primeiro passo é separar 5 mL de urina  em um tubo cônico e centrifuga-lo a 1.500 rpm durante 5 minutos.
Em seguida deve-se descartar o sobrenadante e aliquotar uma parte da amotras restante coloca-lá em uma lâmina com uma lamínula por cima e proceder com a sua observação no microcópio em objetiva de 40x.



Achados durante a análise do sedimento.

Células epiteliais de descamação

Vesicais : cistite, cateterização agressiva

 Uretrais : uretrite, cateterização agressiva

Renais: - degeneração tubular aguda
              - intoxicação renal
              - isquemia renal
              - processo inflamatório

 Pelve : pielite, pielonefrite.

Tumorais : diagnóstico por morfologia citológica do sedimento.

Hemácias

Normal de 1-5 por campo de 400x
Hematúria: > 5/400x
Causas de hematúria:
            ▫Inflamação/hemorragia do trato urogenital (piometra)
            ▫Traumas (ruptura da bexiga)
            ▫Urólitos
            ▫Congestão passiva ou infarto renal
            ▫Parasitos (Dioctophyma renale, Stephanurus sp)
            ▫Problemas hemostáticos (ex: trombocitopenia)
            ▫Estro e pós parto (transitória)
             ▫Neoplasias (rompimento de vasos)

 Leucócitos:

-         Piócitos: leucócitos degenerados
-         Normal: 1 a 2/400x
-         Leucocitúria (piúria): > 5/400x
-         pH alcalino: formação de grumos (ex: cistite)
-         Causas:
            ▫Inflamações renais
            ▫Inflamações do trato urinário inferior
             ▫Inflamações do trato genital

 Cilindros:

-         Estrutura formada exclusivamente nos túbulos renais, por proteinúria de origem renal
-         Constituídos de proteínas e mucoproteínas
-         Formação tubular; o pH ácido faz as proteínas coagularem
-         Densidade baixa e pH alcalino não permitem a formação de cilindros
-         Classificação:
            a)Hialinos: formados por proteínas. Causados por febre e congestão, proteinúria, doença renal (fase inicial)
            b)Hemáticos: formados por proteínas e hemácias. Causados por hemorragia glomerular e/ou tubular
            c)Leucocitários: formados por proteínas e leucócitos. Associados a inflamações no trato urinário (principalmente rim)
            d) Epiteliais: formados por proteínas e células epiteliais. Associados a inflamações renais, com aumento da descamação
            e)Granulosos: formados por proteínas e células degeneradas. Indicam degeneração e necrose das células tubulares


            f)Céreos: formados por proteínas e células com degeneração gordurosa. Indicam lesão tubular crônica

            g)Gordurosos: formado por proteínas e gotículas de gordura. Causados por degeneração, metabolismo alterado, lipidúria. Diferenciar da contaminação por óleos (ex:lubrificantes)
            h)Mistos: podem conter vários materiais
Obs: Animais com bilirrubinúria apresentam estruturas da urina impregnadas por bilirrubina
  
Espermatozóides:

-         Presença normal em cães
-         Em bovinos indicam distúrbios reprodutivos (uroespermia) 

Muco (filamentos mucóides):

-         Normal: pequenas quantidades
-         Equinos e lagomorfos: possuem maior quantidade, tornando a urina mais viscosa
-         Em qualquer outra espécie o aumento da excreção de muco pela urina indica processo inflamatório

Bactérias:

-         Normal: pequena quantidade (depende do método de coleta)
-         Falsa bacteriúria: contaminação, tempo de espera prolongado
-         Grande quantidade de bactérias em urina fresca indica infecção bacteriana (piúria, hematúria, proteinúria)

Cristais:

-         São produtos finais da alimentação
-         O tipo depende do pH urinário 
- pH acido   
  • Urato amorfo
  • Oxalato de cálcio
  • Ácido urico 
  • Cistina
- pH alcalino
  • Fosfato triplo (estruvita)

  • Fosfato amorfo
  • Carbonato de cálcio
  • Urato de amônio
Outros: 
  • Bilirrubina

  • Sulfa
Outros:
-         Fungos e leveduras (Candida sp)
-         Ovos de parasitas (Stephanurus em suínos e Dioctophyma renale)












        

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

URINÁLISE - Exame químico

  Técnica de química seca: utilização de tira reagente composta de pequenos quadrados absorventes, cada um embebido em reagentes que, em contato com a urina, mudam de cor (ou não), indicando resultados como negativo,normal,traços, +, ++ ou +++


        pH:
       Carnívoros: 5,5 a 7,0 
       Herbívoros:  7,5 a 8,5

       Urina Alcalina

          Demora da urinálise com formação de amônia
          Cistite associada a bactérias que degradam a uréia em amônia
          Administração de alcalinizantes
           bicarbonato de sódio, lactato de sódio, citrato de sódio
          Retenção urinária vesical
          Alcalose metabólica ou respiratória
Urina ácida
          Alimentação rica em proteínas
          Infecções
          Administração de acidificantes cloreto de amônio, cloreto de cálcio, DL-metionina, fosfato ácido de sódio .
          Catabolismo de proteínas orgânicas por febre, jejum, Diabetes mellitus
          Acidose metabólica ou respiratória, principalmente uremia e Diabetes mellitus
      
            Proteínas (mg/dL):   
         
      Quando detectada pode ser o primeiro indício de transtorno renal, em condições normais  não se é detectado a presença de proteínas na urina, porém estas também podem aparecer  em causas não renais .
      Concentração normal < 50 mg/dL
      O grau de proteinúria tem relação com a severidade do processo patológico
      O resultado ideal é o negativo (< 30 mg/dL)

          Proteinúria fisiológica:

        Exercício muscular excessivo
        Convulsões
        Função renal alterada nos primeiros dias de vida
       Gestação
        Febre
       Cirurgias

    Proteinúria pré renal:

      Doença primária não renal.
      ICC, anemia, hipertireoidismo, amiloidose, mieloma,febre,picada de cobra.

   Proteinúria Renal:

        Aumento da permeabilidade capilar
       Doença tubular com perda funcional
      Sangue ou exsudato inflamatório renal

   Proteinúria Pós renal:

       Infecções do trato urinário inferior
       Hematúria pós-renal
       Obstrução por cálculos (urolitíase)

     Glicose (mg/dL):

      A concentração de glicose na urina tem que ser igual a zero, ela é toda reabsorvida    durante o processo de formação da urina.
       Glicosúria transitória: causada por ingestão excessiva de glicose, estresse (principalmente em gatos)
       Glicosúria patológica: é persistente, e pode ser associada à glicemia (ex : Diabetes mellitus) ou indicar disfunção do túbulo contorcido proximal, nefropatias congênitas ou hereditárias
     
     Corpos cetônicos:
      
  Não indicam alterações renais, porém auxiliam no diagnóstico de doenças metabólicas, principalmente no metabolismos de gorduras.
  Existem três tipos principais de corpos cetônicos:  Acético,Acetona,β hidrobutírico. Somente os dois primeiros são detectados pela tira reagente.
        O aumento de corpos cetônicos pode indicar oxidação de ácidos graxos (produção de energia), metabolismo de carboidratos por ruminantes
     Acidose, jejum, hepatopatias, febre (animais novos), Diabetes mellitus, cetose em vacas leiteiras e
     ovelhas prenhes (pela hipoglicemia) levam ao aumento da concentração de corpos cetônicos

    Bilirrubina:

     A bilirrubinúria pode ser comum em cães sadios,porém não é comum em gatos saudaveis.
     A bilirrubina encontrada na urina é de origem direta ou conjugada , visto que a bilirrubina indireta ou não conjugada se encontra ligada a albumina , molecula muito grande que não passa pelo rim, exceto quando o animal apresenta lesão renal , podendo apresentar os dois tipos de bilirrubina.

     Urobilinogênio:
     Cromógeno formado por bactérias redutoras no intestino, que dá cor à urina
     Ideal é dar normal na fita.
         Ausência ou diminuição do urobilinogênio urinário:
            ▫Obstrução das vias biliares
            ▫Distúrbios intestinais de reabsorção (diarréia)

        Aumento do urobilinogênio urinário:

            ▫Hepatopatia (impedimento da excreção biliar)
            ▫Icterícia hemolítica

     Sangue oculto:
         Hemácias e/ou hemoglobina (ou mioglobina); liberação do radical heme
     Indica hematúria, hemoglobinúria ou mioglobinúria
    
     É necessário diferenciar a origem so sangue oculto.
     Se após a centrifugação o sedimento apresentar um botão de hemácias e sobrenadante límpido, é hematúria.
     Se mesmo após a centrifugação o sobrenadante continuar avermelhado é necessário diferenciar mioglobinúria e hemoglobinúria. satura-se a urina com sulfato de amônio e novamente centrifuga-se a urina, o sulfato de amônio degrada hemoglobina, se o sobrenadante se encontrar claro é hemoglobinúria , se mantiver a cor avermelhado é mioglobinúria.
    
     Nitrito:
     Indica presença de bactérias

    Sais biliares:
    Teste da flor de enxofre



                                                               Negativo 
  Positivo ( presença de sais biliares quebra a tensão superficial fazendo com que o sal de enxofre sedimente)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

URINÁLISE - Exame Físico

Divide-se em exame físico, químico e do sedimento.
Para realização do exame é necessario o uso de jaleco e luvas por questão de biossegurança


EXAME FÍSICO
Avaliação do volume , cor, odor, aspecto e densidade.
Volume - o ideal é 5 ml, para que possa ser feito as análises físicas, quimicas e do sedmento.
Cor - varia de acordo com o quadro do animal, o normal é amarelo mas pode ser apresentar amarelo claro ou escuro, avermelhada, amarronzada, alaranjada e esverdeada.

Odor - o normal é Sui generis .
Aspecto - Normal é limpido porém pode se apresentar discretamente turvo ou turvo.

Densidade - é mensurada no refratômetro e seu normal é entre 1,015 a 1,045. De 1,012 a 1,008 é considerado isostenúria e abaixo de 1,008 hipostenúria